Mostra Narrativas-Encruzilhadas no Tempo Espiralar
Como o cinema pode fabular experiências estéticas que pulsam futuros negros promissores?
Nossa curadoria costura filmes de Cinemas Negros do Brasil que incorporam em suas narrativas as abordagens de Tempo Espiralar e Encruzilhadas, sob o prisma de Leda Maria Martin. Dotados de perspectivas decoloniais, as obras que compõem a Mostra tecem distintas formas de contar: a performance, o experimental, o realismo fantástico e o afrofuturismo cruzam cosmologias de recusa ao tempo linear.
A Mostra tem o apoio da Vila das Artes (CE) e foi idealizada pelo Viu&Review — um espaço virtual articulado por estudantes de Cinema e Audiovisual da UFRB que elaboram críticas e reviews de filmes, séries, performances, livros, álbuns, músicas e a lista só cresce.
Conheçam nossa programação, que será exibida no canal do YouTube do Vila das Artes todas as quartas-feiras do mês de Novembro, às 17h:
Sessão 1 — Tempo Cura (03/11)
Tempos Verbais (2019) 4’ — dir. Ema Ribeiro
Praia dos Tempos (2021) 10’ — dir. Luan Santos
Arco do Tempo (2019) 20’ — dir. Juan Rodrigues
Mediação — Lina Cirino
Transmissão — Canal no Youtube do Vila das Artes
Os curtas-metragens dessa sessão dialogam experiências negras brasileiras por meio de deslocamentos temporais e intervenções no espaço-tempo imagético que articulam processos de cura, tanto coletiva quanto individuais. São narrativas que evocam os afetos entre pessoas negras e interferências temporais como signos de ressignificação de si e dos seus. Tempos Verbais (2019), Praia dos Tempos (2021) e Arco do Tempo (2019) formulam imagens de cura e promovem a cura pelas imagens.
A sessão 1 ficará disponível por 7 dias após a exibição (CLIQUE AQUI)
Sessão 2 — Tempo Ruína (10/11)
Ilha (2018) 94’ — dir. Glenda Nicácio e Ary Rosa
A Mulher no Fim do Mundo (2019) 20’ — dir. Ana do Carmo
Mediação — Otávio Conceição
Transmissão — Canal no Youtube do Vila das Artes
A segunda sessão embarca nos atravessamentos de quem somos, quem fomos e o que desejamos ser. Ilha (2018) e A Mulher no Fim do Mundo (2019) cavam das ruínas e dos tempos letárgicos uma atmosfera que nos faz sentir presos num lugar entre-mundos do presente e passado, do que foi, do que é e do que poderia ser.
Sessão 3 — Tempo Afro-surreal (17/11)
Vida Nova Por Acaso (1970) 48’ — dir. Odilon Lopez
Jorge (2019) 19’ — dir. Jéferson
Mediação — Ema Ribeiro
Transmissão — Canal no Youtube do Vila das Artes
Nesta sessão, o afro-surreal é a encruzilhada que permite olhar para dentro sob a ótica de temporalidades que cruzam impossibilidades e possibilidades de futuro. Vida Nova Por Acaso (1970) e Jorge (2019) abordam personagens negros que navegam pelo absurdo do racismo cotidiano. O estranhamento é a maneira de lidar ficcionalmente com uma sociedade marcada pelo encarceramento em massa e o genocídio negro.
Esta sessão contou com o apoio da Cinemateca Capitólio!
Sessão 4 — Tempo Infinito (24/11)
Preces Precipitadas de um Lugar Sagrado que Não Existe Mais (2020) 24’ — dir. Rafael Luan e Mike Dutra
Cartuchos de Super Nintendo em Anéis de Saturno (2018) 20’- dir. Leon Reis
Marvin.Gif Parte II (2020) 4’ — dir. Marvin Pereira
Mediação — Luan Santos
Transmissão — Canal no Youtube do Vila das Artes
Aqui, corpos jovens atravessam eras. Os tempos em que as personagens se encontram reverberam dentro e mudam estruturas. Transformam o real e o virtual, expandem as possibilidades de encontros. Os filmes apresentados nessa sessão questionam a forma linear do tempo, a partir da reconstrução de narrativas históricas impressas sobre a existência de pessoas negras.