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Viu&Review
4 min readAug 8, 2020

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Por Joanne Labixa

“Casas competem entre si, por troféus, dinheiro e glória. O Ballroom é onde tudo se encontra, e este é o maior ball da história”

Com o aumento da popularidade de series e reality shows de temática queer como Rupaul’s Drag Race (VH1) e Pose (Fx), elementos da cultura LGBTQIA+ tem ganhado cada vez mais visibilidade através de grandes canais de streaming e televisão (como os mencionados anteriormente). Enquanto o HBO tem em seu catálogo We’re Here, com Drag queens que participaram de Rupaul’s Drag race, o HBO MAX traz a exaltação do Ballroom e do vogue em ‘Legendary’.

Numa segunda escalada ao mainstream, Similar ao que aconteceu quando Madonna lançou seu single “VOGUE” em 1990, as ‘Houses’ detem agora um espaço de protagonismo próprio num ambiente feito para que sejam mostrados e celebrados seus atributos. Com a premissa de explorar a cena moderna dos Ballrooms, a partir das ‘houses’, surgidas na década de 1920, derivado da cena drag negra e latina do Harlem, ‘Legendary’ traz um formato de reality show simples, mas efetivo.

Figura 1 Dashaun Wesley, Mestre de cerimônias do reality

Figura 1 Dashaun Wesley, Mestre de cerimônias do reality

O reality da HBO MAX traz uma equipe que mescla ícones da cena, como o MC Dashaun Wesley, que aparece como host do programa, Dj MikeQ é responsável pelas batidas. Nos bastidores, as casas recebem a ajuda da coreógrafa Tanisha Scott, que já trabalhou com cantoras como Rihanna, Beyoncé e Alicia Keys, e do designer e figurinista Johnny Wujek.

Na bancada de jurados, traz a rapper Megan Thee Stallion, o renomado stylist e designer Law Roach, a atriz Jameela Jamil e uma das mais icônicas figuras da cena moderna do ballroom, a Amazon Legendary Mother, tambem conhecida como a “Wonder Woman of Vogue”, Leiomy Maldonado.

Figura 2 Da esquerda para direita, Law Roach, Megan Thee Stallion, Jameela Jamil e Leiomy Maldonado

A dinâmica do programa é simples: 8 ‘Houses’, entre consagradas e novas, temos a Haus of Xclusive Lanvin, Balmain, Escada, Gorgeous Gucci, Ninja, Ebony, Saint Laurent, West, cada uma com cinco integrantes, competem em categorias, focadas tanto nos 5 elementos do voguing (hand performance, floorwork, duckwalk, catwalk e spins anddips), quanto na ânsia de se tornarem “Superior House” da noite, levando o maior premio do episódio, enquanto as duas que tiverem as piores críticas deverão se enfrentar numa batalha de vogue para que não sejam ‘cortadas’ do programa.

As ‘Houses’ são como famílias, e além de performances avassaladoras, é uma dinâmica familiar que os jurados esperam delas, como Leiomy pondera no primeiro episódio, “o que torna uma house superior é, não somente ter uma forte ligação familiar, mas ser capaz de, em conjunto, criar um grupo incrível.” e é isto que guia o programa.

É possível ver o modo como as dinâmicas mudam à medida que o programa avança: a mesma sinergia que levou a Haus of Balmain à vitória do programa, carregou a Escada, mesmo que mediana em suas performances, até o top3 do programa, derrubando a quase imbatível Haus of Ninja, enquanto a Haus of Lanvin se afundou em sua arrogancia nos ultimos momentos, em detrimento de seu histórico quase que impecável durante a competição .

Figura 3 Haus of Balmain

É interessante percebermos o modo como os jurados se posicionam em relação as performances, visto que além de Leiomy, nenhum deles tem direto envolvimento ou conhecimento profundo sobre a comunidade do ballroom, como a própria Jameela disse, ela e Megan estavam ali para aprender gradativamente, assim como os espectadores, se munindo de julgamentos rasos até certa parte da temporada. Law, por sua vez, toma para si a posição de vilão, confrontando tanto participantes quanto outros jurados.

É inegável que mais personalidades do meio, ou ícones LGBTQIA+ que se correlacionassem com o objetivo do programa poderiam ter sido escalados para o painel de jurados, ou sequer como convidados, porém, apesar de toda a controvérsia e melhorias a serem feitas na segunda temporada, deve-se reiterar sua importância, trazendo ao mainstream uma arte por tanto marginalizada. Lembrem-se: a cultura dos ballrooms, assim como a cultura queer em geral não são apenas uma trend e devem ser celebradas sempre, não apenas quando estão em alta.

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